 E esta, hein?
Há gestos, palavras e imagens que nos marcam! Umas vezes pelo melhor, outras pelo pior... mas há aquelas que nos marcam por talvez nunca as pensarmos ver! Esta é uma delas! Diga lá, com franqueza, que alguma vez pensou vê-los juntos na mesma equipa? Pois isso agora é uma realidade... Sónia Antunes Texto e Entrevistas
Gualter Fatia Fotos
ANDRÉ LIMA Em que jogo tiveste pela frente, pela primeira vez, o Gonçalo como adversário?
Não tenho a certeza, mas penso que joguei contra o Gonçalo na altura em que ele jogava nos Bons Dias, mas não sei precisar a data. No mundo do futsal havia a opinião que Gonçalo Alves e André Lima eram verdadeiros adversários – “inimigos”- e que, no fundo, nem se podiam ver um ao outro. Há algum fundo de verdade nisto?
É verdade que muita gente pensa isso, e digo mais, muitos desses supostos inimigos que para mim são adversários, são influenciados por pessoas que gostam de inventar situações que em nada favorece os jogadores, e outros jogadores que transportam o que se passa dentro das quatro linhas para fora e levam algumas situações de jogo como pessoais, o que actualmente e ao nível que jogamos é inadmissível. E alguns desse jogadores têm tantas responsabilidades como eu. Em relação a mim, tenho me esforçado para melhorar nesse aspecto, tenho a noção de não ser santo nenhum. Mas repito, não passo nada de dentro do campo para fora, acabou o jogo, acabou tudo, fica tudo dentro do campo. De onde veio esta ideia?
Penso que de tanto eu como o Gonçalo darmos tudo dentro do campo. Mas na selecção, normalmente, são companheiros de quarto…
É verdade. Por acaso até ficamos muitas vezes no mesmo quarto, e têm sido bem agradáveis as conversas com o Gonçalo. Alguma partida em que tiveste o Gonçalo pela frente que te tenha marcado de alguma maneira?
Claro. O golo que ele marcou na última final do campeonato que jogamos em que ele marcou um golo de cabeça no ultimo segundo de jogo e que deu o titulo ao Sporting. O melhor golo que te recordes ter visto o Gonçalo marcar…
Ele já marcou tantos que para mim é difícil dizer o melhor, ele responderá melhor a essa pergunta Um golo que tu tenhas marcado, tendo o Gonçalo como adversário, que tenha tido um saborzinho especial…
Um golo que marquei em Loures, penso que foi o terceiro desse jogo e deu a volta ao marcador onde nos sagramos campeões pela primeira vez com dois anos de existência da Secção de futsal. Um momento que não gostes de recordar em que o Gonçalo tenha estado presente…
Uma vez em fui menos correcto com o Gonçalo num jogo disputado no pavilhão atlântico e que no fim fui pedir desculpas pelo meu acto ele aceitou. Ele com certeza lembra-se disso. São essas situações que me esforço para que não tornem a acontecer. O que mais aprecias no Gonçalo, como jogador e como pessoa?
Ainda é cedo para uma avaliação dessas. Mas o que salta mais á vista é a generosidade e valentia. O Gonçalo é um jogador muito competitivo. O que menos gostas?
Como pessoa ainda não vi nada, mas deve ter (risos). Como jogador, é nos treinos quando passo por ele, não desiste da jogada em vem atrás de mim até tirar a bola. (risos) No fundo, neste momento, qual a tua opinião sobre o Gonçalo?
Só posso dizer que estou muito satisfeito por o Gonçalo estar no Benfica, em todos os aspectos. Digo isto com sinceridade. Como têm sido estes dias de maior convivência entre ambos?
Têm sido espectaculares, não só entre ambos, mas também com todo o grupo. Sinto-me muito feliz neste grupo de jogadores. E agora, com a mesma camisola?
Com a mesma camisola existem todas as condições para nos conhecermos melhor e dai começar uma boa amizade. Como foi jogar pela primeira vez ao lado do Gonçalo, como colegas de equipa no Benfica, lutando pelo mesmo objectivo?
Não foi muito diferente de quando jogo com ele na selecção. Só mudou a camisola e ainda bem.  Uma mensagem para ele… Espero que ele seja muito feliz aqui no Benfica, e que sempre que precisar de alguma coisa que saiba que estou pronto ajudar em tudo.
GONÇALO ALVES
Em que jogo tiveste pela frente, pela primeira vez, o André como adversário?
Já não me lembro concretamente. No mundo do futsal havia a opinião que Gonçalo Alves e André Lima eram verdadeiros adversários – “inimigos”- e que, no fundo, nem se podiam ver um ao outro. Há algum fundo de verdade nisto?
Uma coisa é verdade: éramos grandes adversários, agora quanto ao resto não faz qualquer sentindo. Por vezes os nossos grandes rivais são aqueles com quem nos damos melhor fora do campo e isso acontecia connosco. Jamais irei misturar as coisas, seja com ele ou com qualquer outro jogador ou treinador. De onde veio esta ideia?
Não faço a mínima ideia. Só se for pela forma como jogamos, isto é, darmos o máximo em todos os jogos. Mas na selecção, normalmente, são companheiros de quarto…
Já fomos companheiros de quarto várias vezes e sempre nos demos muito bem mesmo. Alguma partida em que tiveste o André pela frente que te tenha marcado de alguma maneira?
Talvez o jogo da final de 2004/05 disputado na pavilhão da Luz, em que ele marcou vários golos decisivos. O melhor golo que te recordes ter visto o André marcar… Gostei muito de um golo marcado pelo André no Torneio de Sines, num jogo entre o Sporting e o Benfica. Um golo que tu tenhas marcado, tendo o André como adversário, que tenha tido um saborzinho especial…
Contra o André por acaso tenho tido alguma sorte, já que marquei dois golos decisivos que deram dois campeonatos. Um deles foi quando o André ainda actuava pelo Miramar, em que eu marquei o golo que deu o título ao Sporting; o outro foi no jogo da final da época anterior em eu marquei no último segundo um golo de cabeça. Um momento que não gostes de recordar em que o André tenha estado presente…
Todos os golos que ele tenha marcado, enquanto meu adversário. O que mais aprecias no André, como jogador e como pessoa?
Como jogador acho-o fantástico, um dos melhores mesmo. Como pessoa, não mistura o lado profissional com o lado social, isto é, sempre teve alguns despiques comigo dentro do campo mas fora dele sempre teve uma relação completamente normal e sempre o admirei por isso. O que menos gostas?
O que eu sei é que não gosto de o ver como adversário. No fundo, neste momento, qual a tua opinião sobre o André?
Até ao momento nada tenho a apontar ao André, tem-me ajudado bastante na adaptação ao clube, portanto tenho as melhores referências sobre ele. Como têm sido estes dias de maior convivência entre ambos?
Muito bons. O André tem feito um grande esforço para que me adapte ao clube o mais rapidamente possível. E agora, com a mesma camisola?
Ainda melhor, de certeza que sairá reforçada a nossa amizade. Como foi jogar pela primeira vez ao lado do André, lutando pelo mesmo objectivo?
Ter o André na mesma equipa é sempre bom, portanto jogar ao lado dele é um grande privilégio. Uma mensagem para ele…
Que continue connosco por muitos anos e que tenha muito sucesso.
Fonte: Jornal “O BENFICA”
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