João Pedro Ferreira, integrou os nossos quadros já a preparação da época decorria, veio preencher uma vaga na nossa equipa técnica, e foi também ele, uma peça importante para todas as conquistas do Futsal Benfica na época que findou.

Ainda muito novo mas já com grande experiência nestas andanças, completou um puzzle de sucesso e glória contribuindo para o equilíbrio de toda a equipa, aproveitando esta série de entrevistas veja o que vai na alma deste elemento da nossa equipa técnica.

“…sonha sempre com a conquista de tudo em que está envolvido.”

Ingressas-te no Benfica, uma semana e meia antes da 1ª jornada do campeonato, passava-te pela cabeça conquistar estes títulos?

É normal que quem entra nesta instituição sonha sempre com a conquista de tudo em que está envolvido. Depois de pouco tempo inserido na estrutura do Futsal Benfica deu logo para constatar que difícil seria não ganhar nada. O espírito que se criou, a vontade de vencer de todos quantos compõem esta secção assim o determina.

Como é trabalhar com o Adil?

Trabalhar com Adil Amarante é um privilégio que felizmente eu tenho.
Para mim o Adil no Futsal está como o José Mourinho no futebol de onze, ou seja, muito à frente de qualquer outro treinador. É um homem que sabe o que quer e que dentro de uma equipa técnica que neste caso somos nós os dois tenta aperfeiçoar todo o trabalho desenvolvido.
Trabalhar com Adil Amarante acaba por se tornar um constante desafio na medida em que ele consegue colocar na minha pessoa uma constante responsabilidade sobre o trabalho a desenvolver.
Neste momento somos uma verdadeira equipa técnica.

“Todos eles me impressionaram pela "fome" de conquista que tinham.”

Do grupo de jogadores quais foram aqueles que mais te impressionaram durante a época?

Todos eles me impressionaram pela "fome" de conquista que tinham. A capacidade de formarem um grupo coeso e determinado em alcançar todos os objectivos propostos foi o que mais me agradou neles.
Destacaria contudo os elementos mais velhos do plantel como o André Lima, o Zé Carlos, o Zé Maria, o Majó e o Nélito que foram sempre elementos aglutinadores de todos os outros que foram chegando e que com a sua postura foram sempre uma boa muleta da equipa técnica dentro do balneário.

E falando da equipa técnica e direcção, quem mais te impressionou?

Além do Adil Amarante que me impressionou com a sua capacidade de trabalho e profissionalismo, tenho de destacar também o trabalho do Eng. Luis Moreira que com a sua postura bastante humana e com a sua forma de ser sempre virada na busca da vitória conseguiu unir um grupo de 20 pessoas que compõem a secção de Futsal do Benfica e assim levar à conquista de todas as competições a nível nacional. Ele é sem qualquer dúvida um grande líder.

“…só quem fazia parte do nosso balneário acreditava nessa vitória…”

A época foi muito longa, com dias bons e dias menos bons, consegues descrever-nos dois desses momentos, um bom e outro menos bom?

Um momento menos bom desta época foi a derrota no Freixieiro. A exibição nesse jogo em nada condiz com o resultado final. Foi uma pena para o Futsal que o jogo não tivesse transmissão televisiva visto que foi um grande espectáculo. De qualquer das formas, e apesar das inúmeras ocasiões perdidas, penso que não está em causa a vitória do Freixieiro apenas os números é que pecam por exagero. Saímos daquele pavilhão com a sensação de que naquele dia nem que estivéssemos horas a fio a tentar marcar um golo nunca o conseguiríamos. Então por essa razão penso que foi um momento menos bom da época mas por outro lado, esse jogo serviu também de lição para o resto da prova e para o crescimento deste grupo a todos os níveis.
Momentos bons foram muitos. Estranho seria é se numa época recheada de êxitos assim não fosse. De qualquer das formas gostaria de salientar a vitória em Loures na segunda volta do campeonato em que só quem fazia parte do nosso balneário acreditava nessa vitória, e às duas festas que se seguiram à conquista da Taça de Portugal e do Campeonato Nacional.

A próxima época está aí à porta, que esperas da nova temporada?

Antes de mais gostaria de realçar que o segredo da época transacta esteve na forma como o Adil planeou todo o trabalho da equipa. Realço que no nosso plantel, felizmente, não houve nenhuma lesão a nível muscular. Então é importante começar bem a época com uma boa pré-época porque as exigências neste ano serão bem maiores. Estaremos presentes em mais provas e quando se está num clube como o Benfica o pensamento é sempre de vitória. Dia 24 de Setembro teremos logo a primeira prova para tentar vencer frente ao Boavista que é a Super Taça de Portugal. E se quisermos estar sempre presentes nas horas da decisão teremos de estar sempre bem para no dia 25 de Junho podermos estar a discutir a final dos Play Offs. Sabemos que as dificuldades serão maiores mas o nosso espírito será com certeza o mesmo.

A tua carreira desportiva passou por vários clubes, antes do Benfica estiveste no Coimbrões, que diferenças sentes entre os dois clubes?

São duas realidades bem diferentes começando logo pelo facto de uma estrutura ser profissional, a do Benfica, e a outra ser amadora, a do Coimbrões. No Coimbrões lutam-se por objectivos bem diferentes do que no Benfica mas penso que para se conseguir chegar a clubes como o Benfica é preciso passar-se por outras realidades até para quando defrontarmos essas equipas sabermos o que podemos esperar delas.
Passei bons momentos no Coimbrões, tive o prazer de trabalhar com um dos melhores treinadores portugueses, o Luis Almeida, que me ensinou muito mas é lógico que no Benfica se consegue evoluir muito mais a todos os níveis.
A possibilidade de treinar duas vezes por dia, e a de trabalhar com jogadores mais evoluídos quer técnica quer tacticamente abre novos horizontes.
O S. C. Coimbrões por ter sido o primeiro clube a proporcionar-me trabalhar na 1ª divisão vai ficar sempre no meu coração.

“…que vemos sempre milhares de pessoas a apoiarem-nos…”

Que opinião tens dos adeptos benfiquistas?

Os nossos adeptos são fantásticos. Foram também eles que nos conduziram a tantos êxitos este ano. Resta relembrar os dois jogos na final em que sempre em clara maioria e principalmente no ultimo jogo conseguiram ajudar a equipa a reagir com grande classe e raça a desvantagens no marcador.
Mas não se pense que os adeptos do Benfica se resumem aos que estão presentes no Pavilhão da Luz para assistir aos jogos. A equipa de Futsal faz diversas digressões pelo país e é com grande alegria que vemos sempre milhares de pessoas a apoiarem-nos e darem-nos sempre aquela força que muitas vezes é essencial.
Ainda à pouco chegamos de Moçambique, e posso-te dizer que num pavilhão com 3500 pessoas mais de metade eram adeptos do Benfica. Esta é a chamada força do Benfica.

Gostarias deixar mais algumas palavras a alguém em especial?

Gostaria sim, dada a oportunidade que me dão, de enviar um abraço de muita força ao nosso querido amigo Acácio que atravessa um momento menos bom da sua vida mas que com toda a certeza com a força e a alegria de viver com que sempre nos presentiou uma vez mais vai ultrapassar esta barreira.

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