Agora como treinador, André Lima volta a viver uma Ronda de Elite da UEFA Futsal Cup ao serviço do Benfica. O histórico ex-internacional luso tem agora a difícil tarefa de colocar o Benfica na Final Four da principal competição europeia.

Para tal, o Benfica terá de deixar para trás o campeão israelita (Hapoel Ironi Rishon Lezion), o homónimo sérvio (KMF Ekonomac Kragujevac) e o gigante espanhol do Interviú Madrid, precisamente a equipa que derrotou o Glorioso em 2003/04 (quando André Lima ainda pontificava na formação benfiquista enquanto jogador), na única final em que marcou presença uma equipa lusa.

Agora, na Ronda de Elite, que se realizará esta semana na Luz, o Benfica quer dar cartas no Grupo D e apurar-se para a grande decisão europeia. A poucos dias da sua equipa entrar em campo, André Lima antevê, em entrevista ao Site Oficial do Benfica, esta importante fase da competição.

«Poucos vencem numa Luz lotada»

- A UEFA Futsal Cup é uma prova que trata por "tu". De entre as muitas recordações que guarda da competição, qual a mais marcante?
O que mais vem à memória foi a final disputada com esta mesma equipa espanhola [Interviú], em que fomos vice-campeões europeus. Num pavilhão ao rubro, numa época maravilhosa, ficámos à beira da glória. Perdemos por dois golos no total das duas mãos.

- Mais uma vez, o Benfica terá pela frente este mesmo Interviú. O que falta para que seja desta?
Estas vitórias morais com as equipas espanholas são frequentes. Fazem parte da realidade que é o futsal português em relação ao espanhol. Acredito que são derrotas, tanto a nível de clubes como de Selecção, que reflectem a diferença existente entre o campeonato espanhol e o nosso. Eles jogam numa prova mais competitiva, o que os dota de uma intensidade muito forte e de uma atitude competitiva superior. Em Espanha, se um grande clube joga mal, certamente que não ganha. Aqui nem é tanto assim. Mas este Benfica tem jogadores suficientemente traquejados e com uma vontade enorme de dar uma enorme alegria aos adeptos do Clube e ao próprio futsal português.

- Acredita mesmo que este pode ser o momento de fazer a diferença?
Todos sentimos isso. Sabemos que temos uma boa organização dentro de campo, somos solidários e temos jogadores capazes de fazer a diferença. Desde que exista disponibilidade, atitude e inspiração, temos qualidade suficiente para darmos a volta. Sei do valor desta formação espanhola, mas está na hora de mostrarmos que não há equipas invencíveis e de jogarmos olhos nos olhos com o Interviú. Não acreditar pode ser o nosso maior inimigo e isso não vai acontecer. E depois, claro, sabemos que poucas são as equipas que podem vencer neste pavilhão quando está lotado, tal o ambiente gerado e a força que o Benfica recebe dos incentivos dos seus adeptos.

- Como tem vivido o balneário a contagem decrescente para esta Ronda de Elite?
Este tipo de jogos são aqueles mais simples em termos motivacionais.
Os jogadores têm aproveitado os jogos do campeonato para darem tudo de forma a chegarem a esta Ronda de Elite num grande momento.

«Candidatos ao Título»

- O facto de o Benfica ter um núcleo duro muito experiente no seu plantel poderá revelar-se igualmente importante na hora da decisão?
Acredito que sim, pois todos sentem, pelo que já viveram na Selecção e no Benfica, que este é um momento de grande importância nas suas carreiras. Acredito, por isso, que se vencermos esta Ronda de Elite seremos os principais candidatos ao título europeu.

- Além do Interviú, o Benfica defronta o campeão israelita e o detentor do título sérvio. Que esperar destas equipas?
É certo que não os conhecemos tão bem como ao Interviú, mas no futsal o equilíbrio é garantido. O tempo das goleadas já lá vai e sabemos que nos serão colocadas dificuldades por estas equipas. Apesar de favoritos, teremos de ser muito sérios em todos os momentos desta Ronda de Elite. E, até por isso, queria deixar uma mensagem aos adeptos: não subestimem a vossa importância em cada momento de cada jogo. Viveremos dificuldades e quando tal acontecer será no vosso apoio e na vossa presença que nos inspiraremos para sermos mais fortes e vencermos.

- Passados os primeiros meses, como tem vivido esta experiência enquanto treinador?
Tem sido um balanço positivo e isso também se deve ao carácter dos jogadores. São grandes profissionais e mesmo após termos vivido algumas dificuldades e termos perdido a Supertaça conseguimos seguir em frente e melhorar de dia para dia. Acredito mesmo que se a Supertaça se tivesse disputado hoje, nós teríamos ganho. Estamos concentrados em obter mais momentos de glória.

Texto: Ricardo Soares
Fonte: slbenfica.pt

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