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 Entrevista de Zé Maria ao site camisola10.com.
Recentemente homenageado por ter cumprido 50 internacionalizações na selecção nacional, Zé Maria é um dos melhores marcadores dos “encarnados”. Para o ala, todos os títulos conquistados são especiais e, por isso mesmo, esta época o principal objectivo é voltar a ser campeão nacional pelo Benfica.
Como é que começou a jogar futsal?
Comecei a jogar no meu bairro, tínhamos lá um ringue e íamos sempre jogar para lá. Desde criança que jogo futsal.
E quando é que passou a encarar o futsal como um futuro profissional?
Desde que o Benfica começou a ter esta modalidade, logo no primeiro ano. Depois, no segundo ano o Benfica optou por fazer uma equipa profissional e foi assim que tudo começou, há cerca de cinco anos.
Quais são os títulos de que guarda melhores recordações?
Recordo-me de todos porque só ganhei títulos pelo Benfica e são todos muitos especiais, mas o que eu guardo mais na memória é o do ano passado, que foi conquistado num jogo decisivo e onde tive a felicidade de marcar o golo que deu o título ao Benfica.
“Só ganhei títulos pelo Benfica e são todos muitos especiais”
Quem é a sua maior referência no futsal?
Há um jogador que admiro muito e que é muito meu amigo que é o Pedro Costa. Tento aprender muitas coisas com ele, porque acho que, neste momento, é o melhor jogador português.
Como classifica o seu desempenho nos jogos desta época?
Acho que tenho tido um desempenho positivo, porque joguei quase sempre e, além disso, tenho marcado muitos golos, sou o segundo melhor marcador do Benfica, logo a seguir ao Ricardinho.
Quando acabar a carreira como jogador, gostaria de continuar ligado ao futsal?
Vamos ver, acho que sim, gostava de continuar ficar ligado ao futsal.
“Sou o segundo melhor marcador do Benfica”
Como foi a experiência de jogar no Benicarló, em Espanha?
Foi uma experiência muito boa, fui para um clube que passava uma fase muito má, que lutava para não descer, mas durante os seis meses que lá estive conseguimos que o clube permanecesse na primeira divisão. Evoluí muito como jogador, porque os jogos lá têm mais qualidade do que cá. Em Portugal só temos três ou quatro jogos por época com qualidade, enquanto que em Espanha todos os jogos são de grande qualidade e temos de estar sempre muito concentrados.
Quais foram as principais diferenças que notou entre o campeonato português e o espanhol?
As diferenças são muitas, por alguma coisa é considerado o melhor campeonato do mundo, onde todos os jogadores sonham lá jogar. É muito diferente mesmo, só quem passa por lá e tem possibilidade de jogar [em Espanha] é que consegue ver essa diferença.
O que acha da evolução do futsal em Portugal nos últimos tempos?
Acho que está a evoluir muito bem, as equipas estão cada vez mais competitivas, só é pena o campeonato ter apenas quatro equipas profissionais. Mas espero que, no futuro, existam mais equipas profissionais, porque isso iria ser muito bom para o futsal português.
“Evoluí muito como jogador [em Espanha], porque os jogos lá têm mais qualidade”
O novo reforço do Benfica, César Paulo, já jogou consigo no Benicarló, em Espanha. Quais os contributos que ele vai poder dar à equipa?
É um bom jogador, uma referência e vai-nos ajudar muito. Ele joga numa posição [pivot], em que não tínhamos ninguém e, às vezes, precisávamos de ter alguém a jogar nessa posição.
O que é que falhou no último jogo do Benfica frente à Fundação?
Ultimamente tem-nos acontecido muitas vezes… Jogamos, jogamos mas depois falhamos muitos golos e, de repente, eles fazem um remate e marcam golo. Por exemplo, no jogo de sábado [com a Fundação], na primeira parte fizemos 15 remates e só marcamos dois golos. Eles remataram três ou quatro vezes e fizeram dois golos. Mas temos de olhar em frente e pensar que, nos próximos jogos, as bolas hão-de entrar.
O que é que a equipa pode fazer para melhorar?
Trabalhar mais nos treinos, sempre no limite e aproveitar mais as oportunidades que tivermos. Não há-de ser sempre assim.
“O César Paulo é um bom jogador”
Acredita que o Benfica vai ser campeão nacional?
Claro que sim, acreditamos todos e é esse o nosso objectivo. A entrada do César, o Bebé e o André [Lima], que já devem começar a jogar no próximo mês, vão ser uma grande ajuda e acho temos todas as condições de chegar, novamente, ao título.
O Benfica foi eliminado das competições europeias logo na segunda fase de grupos. O que aconteceu?
Depois de passarmos a primeira fase, calhámos num grupo muito complicado e sabíamos que ia ser muito difícil, mas fomos lá dar o nosso melhor. Agora temos de voltar a ser campeões para estarmos lá novamente no próximo ano.
Acha que esse facto pode dever-se à falta de competitividade que existe no campeonato português?
Sim, mas além da competitividade existe também a questão dos árbitros da UEFA, que apitam de maneira diferente de cá [campeonato português] e isso cria-nos algumas dificuldades.
“Acreditamos todos [no título] e é esse o nosso objectivo”
O futsal tem ganho bastante visibilidade devido às transmissões televisivas. Quais são as vantagens e desvantagens que este facto pode trazer à modalidade?
Acho que vantagens traz sempre, porque ao transmitirem os jogos em canal aberto, todas as pessoas têm a possibilidade de ver, mas, por outro lado, é mau porque o Benfica dá quase sempre na televisão e as equipas adversárias vêm o que nós fazemos e já vêm mais preparadas.
Foi, recentemente, homenageado por cumprir 50 internacionalizações na selecção nacional. O significou para si esta homenagem?
Significou muito porque é sempre bom. Já fiz 50 agora espero fazer 75, 100…
O que é que faltou à selecção nacional no Europeu para chegar à final?
Foi falta de sorte. Porque estivemos a ganhar à Espanha por 2-0, mas a seelcção espanhola não é uma equipa qualquer e aproveitou muito bem todas as oportunidades. Depois penalties é uma lotaria, tanto podia calhar para o nosso lado como para o deles.
Ao segundo…
Melhor momento da carreira
Ter sido campeão no Benfica, na época passada
Pior momento da carreira
Ter perdido duas finais a nível europeu, pelo Benfica: a UEFA Cup e a Recopa
Futsal
Paixão
Benfica
Clube do coração
Selecção
Orgulho
Entrevista de Andreia Palmeirim
Fotos: Camisola10
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